- Área: 940 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Francisco Nogueira
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Fabricantes: GAMOSA, Jular, Robbialac
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto teve como ponto de partida dados muito claros: a necessidade da empresa se mudar para um novo espaço num período de tempo muito curto; com o menor budget possível e com as obras a serem executadas por uma equipa de duas pessoas, já previamente seleccionada. A proposta teve de ser pensada tendo em conta essas premissas absolutamente incontornáveis, numa lógica diferente da dos projectos habituais. No entanto, procuramos utilizar essas premissas como pontos de partida e desafios conceptuais para criar um espaço de trabalho agradável e personalizado.
O espaço existente era composto por dois elementos principais: uma zona em open space de grandes dimensões, com orientação Norte-Sul; e outra área, mais pequena e intercalada pelo núcleo de acessos do edifício, com orientação Nascente-Poente. O espaço foi construído em 2006 e encontrava-se genericamente em bom estado, embora as necessidades programáticas fossem agora diferentes.
O briefing que recebemos era bastante claro: ao contrário da maioria das lógicas actuais de espaços de trabalho em open space, esta empresa necessitava de salas de trabalho e reunião para equipas pequenas – 4 a 6 pessoas; salas de trabalho e reunião maiores – até 12 pessoas; e um espaço polivalente de auditório, copa e sala de formação, apoiados por um lounge e um espaço zen.
Os clientes também tinham a preocupação de reaproveitar ao máximo os elementos do escritório existente, não só por haver pouco tempo para a intervenção, mas também por uma questão de desperdício de resíduos, o que nos parece um tema bastante importante e atual.
Pediram-nos que criássemos um espaço de trabalho humanizado, com personalidade, fazendo também parte do programa a necessidade de implementar o “Hospital das plantas”.
Assim, tendo por base estas premissas e um contexto de intervenção bastante limitativo, implementámos um sistema de salas servidas por um corredor distributivo e funcional – onde se interligam as zonas comuns, espaços de impressoras, economato e depósito do lixo, assim como as floreiras que trazem um ambiente natural a espaços tendencialmente muito artificializados.
A abordagem construtiva foi determinante para responder à necessidade de uma obra de curta duração feita por pouca gente, mas também para marcar a nova intervenção, que se sobrepunha à construção anterior. Por esse facto propusemos que as paredes fossem feitas com recurso a uma estrutura em gesso cartonado forrada com placas de OSB, que viriam previamente cortadas e acabadas, poupando assim bastante tempo de obra em acabamentos e pinturas.
Esta pele em madeira é complementada com vãos de grandes dimensões, em módulos de sacada e em módulos de peito, que foram dispostos de um modo aleatório para criar, em cada espaço e ponto de vista, diversas situações de permeabilidade visual, com maior ou menor sensação de profundidade do espaço.